O Poder do Hábito, por Charles Duhigg | Por Que Fazemos o Que Fazemos na Vida e Nos Negócios Review Sumarizado



Nosso cérebro está sempre em busca de economizar energia e diminuir o esforço mental necessário para realizar suas atividades. Se ele tivesse que pensar em tudo que fazemos diariamente, ele teria que ser muito maior que o normal.

Então, desenvolveram os hábitos, os quais permitem que nosso cérebro se torne mais eficiente. Pesquisas afirmam que quase metade de nossas ações diárias é fruto de hábitos!

O hábito é uma função eficiente e automatizada (não dependendo da memória para entrar em ação), contudo o parte do cérebro responsável por tal função é muito primitiva, não distinguindo entre hábitos ruins ou bons.

Sem os ciclos dos hábitos, você teria que fazer decisões em todas as ações. Teria que escolher qual cadarço dar o nó primeiro, qual melhor momento para escovar a boca ou por qual parte do prato começar a comer etc. Isso exigiria muita energia, pois a tomada de decisões ativa mais áreas do cérebro. 

Pense um pouco: a cada decisão, você teria que raciocinar e pensar nas vantagens e consequências de cada possibilidade de ação, por exemplo.

Todo hábito tem seu início após uma decisão, porém ele irá ficar cada vez mais forte com o passar do tempo, chegando ao ponto em que você perde o controle sobre ele, podendo se transformar até num vício destrutivo.

Os hábitos possuem três partes: o gatilho, a rotina e a recompensa.

O gatilho: 
  • Aciona o modo automático do cérebro, o qual dá inicio à rotina:
    • Um dia, uma hora, um local, um toque, um cheiro, um som, uma emoção, um sentimento...
  • É depois do gatilho que o desejo pela recompensa aparece.
    • Ele empurra o indivíduo pela rotina para que a recompensa seja alcançada.
    • Se não realizar a rotina, não ganhará a recompensa, fazendo-o ficar infeliz e mal-humorado (nos vícios, as pessoas podem até ficar violentas).
A rotina: 
  • É o que você faz de forma repetida e robotizada. 
    • É a ação que procede a um gatilho.
    • As rotinas se tornam tão naturalmente parte de suas vidas, que as pessoas pensam que as controlam.
  • Ela se manifestar de forma emocional, física ou mental: 
    • Ao sentir fome, você vai ao restaurante para comer um hambúrguer.
    • Ao sentir sono, você toma café. 
  • Quando a pessoa possui uma rotina diária mais fixa, ela perde parcialmente a noção do tempo, achando que os dias passam mais rápido.
  • Quando há uma mudança da rotina, o indivíduo tende a ter mais dificuldade de lembrar o que fez.
    • Quando chega a casa, Carlos sempre deixa a chave em cima da mesa. Dessa vez, ele colocou em outro lugar e agora não consegue lembrar onde a deixou.
    • Como já disse, os hábitos são independentes da memória comumente usada, então quando são mudados, não há muito do que lembrar.
A Recompensa:

  • Todos os hábitos oferecem algum tipo de recompensa ao serem realizados.
    • Elas podem ser definida como o prêmio recebido por finalizar a rotina.
  • E isso não afeta apenas os seres humanos, mas também animais.
    • Cachorros, por exemplo, possuem uma mentalidade bem simples envolvendo gatilhos, rotinas e recompensas.
  • Ainda no século XX, pouquíssimas pessoas escovavam a boca:
    • Isso mudou quando os cremes dentais receberam a capacidade de deixar a boca refrescante, algo tão característico no dias de hoje.
    • O inventor a criou como uma forma de recompensa para que as pessoas se sentissem recompensadas ao usarem o produto.
  • Hábitos positivos, como se exercitar, proporcionam recompensas como o despejo de endorfina no cérebro, os elogios da galera e a sensação de dever cumprido.
Maus hábitos e a responsabilidade:
  • Tudo bem que você cresce adquirindo os mais diversos hábitos de forma inconsciente e involuntária.
    • Contudo, sua criação serve como justificativa até certo ponto.
    • Ao perceber que possui um mau hábito, você é totalmente responsável pela mudança do mesmo.
Mudando de hábito:
  • Pense em alguém fumante: ele sente ansiedade ou nervosismo (gatilho), começa a fumar (rotina) para receber a nicotina e relaxar (recompensa).
    • Sempre que o hábito for "ativado" pelo gatilho, ele vai fumar para chegar à recompensa, mesmo sabendo que o cigarro faz mal a sua saúde.
  • Similarmente, uma pessoa que recebe uma notificação no celular (gatilho) começa a antecipar a recompensa e desejar confirmar do que se trata. Ela, então, o pega e verifica a notificação (rotina) saciando sua curiosidade (recompensa). 
  • O segredo não é tentar resistir ao desejo pela recompensa, mas redirecioná-lo mudando a rotina.
    • Pessoas que querem parar de fumar trocam o cigarro (rotina) por gomas de mascar com nicotina ou cigarros eletrônicos (outra rotina).
    • No exemplo do celular, a melhor coisa é deixar no silencioso, desligado ou ao menos com a internet desconectada, evitando o gatilho.
  • Para facilitar, você precisa isolar os componentes:
    • Gatilho: acessar o computador.
    • Rotina: jogar o dia todo.
    • Recompensa: sensação de progressão com o personagem e inclusão numa comunidade.
  • Mude a rotina acima por outra mais saudável ou produtiva:
    • Ler online
    • Ver vídeos educativos.
    • Estudar.
Como manter um novo hábito?
  • Foque na recompensa do novo hábito.
  • Tenha em mente quais serão as tentações e problemas que “tentarão” te fazer desistir e antecipe-se.
    •  Crie soluções ou evite-os complemente.
  • Acredite! Não adianta apenas visualizar e preparar-se ao tentar parar um mau hábito ou começar um bom. Acreditar que é possível é de extrema importância.
O poder da força de vontade:
  • Obviamente, os hábitos são consequências dos mais diferenciados fatos, isto é, suas origens diferem.
    • Apesar disso, todos eles se comportam de forma igual (possuem os mesmos componentes).
  • Sabendo disso, uma das formas mais eficazes de manter os hábitos positivos é através do fortalecimento da força de vontade.
    • Antes de tudo, vale ressaltar que a força de vontade é como uma bateria, que se descarrega quanto mais é usada.
    • Para exercitá-la e torná-la mais forte, você pode realizar algumas ações:
      • Praticar algum tipo de atividade relativamente "desconfortável" (como caminhar, fazer exercícios, ler um livro, estudar) num horário fixo.
      • Visualizar a pior coisa que pode acontecer em determinadas situações, ficando mais bem preparado caso realmente aconteça.
      • Valorize sua autonomia, pois quando a pessoa faze as coisas de forma forçada, seu ânimo desce pelo ralo e leva sua força de vontade junto.
O poder dos hábitos no marketing comercial:
  • Para que as pessoas anseiem pela recompensa gerada por um produto e transforme em hábito seu consumo, elas precisam dum gatilho.
  • Contextualizando melhor o exemplo do creme dental, os americanos não eram fãs da higiene bucal, e isso casava epidêmicos problemas dentários. Aqui entra o consultor Claude Hopkins.
    • Ele foi capaz de aumentar em 9x o uso médio de creme dental nos EUA. Como?
    • Ele transformou a escovação bucal num hábito:
      • O gatilho propagado foi "passe a língua no dente e sinta uma camada que deixa seus dentes amarelados e causa sua deterioração". 
      • A rotina, obviamente, era a higienização bucal com o produto à venda (Pepsodent), resultando na sensação de limpeza (recompensa).

Leia também: 

Um comentário:

Tecnologia do Blogger.