Conversas Decisivas, por Kerry Patterson | Técnicas Para Argumentar, Persuadir e Controlar Situações Cruciais

Mesmo que você fique preso no quarto o dia todo, você conversa com alguém, seja através de seu smartphone, seja através de outros dispositivos e meios, como utilizando o bate-papo do MMO tão jogado. No fim, a menos que você more numa ilha isolada e desabitada por outras pessoas, nunca ficará completamente isolado nos dias de hoje.

Caso você seja uma pessoa mais comunicativa e sociável, as conversas vão e vem como água. Contudo, dentro de tantos momentos despreocupados e tantas palavras faladas livremente, há momentos em que você deve prestar bastante atenção no que irá dizer e como irá proferir tais palavras. 

Não só isso. Em "conversas decisivas", como o autor prefere chamá-las, a pessoa deve se policiar meticulosamente, pois tais conversações são extremamente importantes, já que podem moldar sua vida.

Duvida? A qualidade de nossa vida como um todo, não apenas social, advém de nossa capacidade de se comunicar e promover diálogos. Afinal, para se dar bem numa entrevista, por exemplo, você vai necessitar de boas habilidades de conversação.

Então, quanto mais alta for a recompensa, a tendência é que mais alto será o risco. Portanto, para contrabalancear essa lógica, preparo (tanto físico quanto mental) é imprescindível.

O que são conversas decisivas?

• Mais precisamente definindo, o autor fala:
• A conversa é decisiva quando compõe uma discussão entre duas ou mais pessoas onde muito está em jogo, opiniões variam e emoções estão à flor da pele.
• Quando a pessoa se ver perante tal conversa, ela pode fazer três coisas:
• Fugir dela:
• Normalmente, não se pode fugir para sempre. Além disso, caso o faça frequentemente, nunca se tornará uma pessoa capaz de tomar decisões de tal calibre conforme o esperado.
• Lidar mal:
• Acontece quando você decide enfrentar (ou não possui escolha) e não tem as habilidades necessárias para tomar as decisões corretas. 
• Mesmo havendo aprendizado em erros, há situações que simplesmente não há espaço para cogitar esse tipo de aprendizado, pois as consequências poderão causar efeitos devastadores.
• E, por fim, você pode manuseá-las corretamente. 
• Obviamente, a tendência é que a importância da conversa determine seu nível de complexidade, elevando seu grau de dificuldade.
• Caso falhe, as consequências irão afetar negativamente sua vida, causando problemas como frustração, medo, remorso, culpa, desânimo etc. 

A importância dos diálogos:

• É onde uma conversa crucial começa. Nela há um livre fluxo de intenções.
• Então, quem for bem dotado nas artes da conversa (bom de papo), poderá usar os diálogos para conseguir expressar facilmente o quer dizer e retirar informações dos outros.
• Quando pensamentos, ideias e pensamentos das pessoas envolvidas são misturados, a "piscina de intenções partilhadas" é formada, formando uma poderosa sinergia.
• Todas as informações provenientes do diálogo ficam dentro dessa piscina. 
• Quanto mais informações haver dentro dela, maior será a chance da pessoa tomar as decisões corretas e conseguir os resultados desejados. 
• Obviamente, caso queira acertar uma mosca dentro dum quarto escuro, isto é, decidir sem informações e preparo, a chance dum desastre acontecer aumentará sem precedentes.
• A atitude mais prudente, e inteligente, é tomar o tempo que for necessário para encher a "piscina", preparando-se para o que der e vier.

Silêncio e Violência:

• O silêncio pode ser definido como o ato de propositalmente reter informações, evitando que elas sigam para a piscina de intenções.
• Nasce quando você foge das conversas decisivas.
• Em contrapartida, a pessoa usa "violência" quando há qualquer tentativa de compelir, controlar ou convencer outros de seu ponto de vista de forma, digamos, desonesta. 
• Acontece quando você lida porcamente com as conversas decisivas.

Comece com o coração:

• Quando a pessoa foge das conversas decisivas, entram na fase de silêncio. 
• Quando for impossível se segurar, ela irá explodir (se tornando violenta) e acabará lidando porcamente com tais conversas.
• Para sair dessa situação que impera entre o silêncio e a violência, ela deve trabalhar nela mesma primeiro.
• É totalmente inadequado você tentar ajudar os outros quando sequer consegue ajudar a si mesmo.
• Você deve começar conversas de risco com os motivos certos, sabendo bem o que quer, focado e verdadeiro ao seus objetivos.
• Para conseguir fazer isso, o indivíduo deve sempre retornar para meditar sobre sua decisões, intenções e sonhos.
• A pergunta: "o que eu REALMENTE quero para (mim, meu relacionamento, outros etc.)" deve ser feita ocasionalmente.
• Porém, muitas vezes a pessoa se ver em dilemas que ambas as escolhas são ruins.
• Em vez de tentar abordar as conversas com o pensamento de "ou isso ou aquilo", tente pensar utilizando o "e".
• Os irmãos Heath falam mais detalhadamente sobre o "Enquadramento Estreitado".

A segurança em risco:

• Muitas vezes, sequer percebemos quando já estamos afundados perante uma conversa decisiva.
• Porém, da mesma forma que um relacionamento exala todos os sinais antes de chegar ao momento em que o casal deve discutir a separação, as conversas importantes fazem o mesmo.
• Contudo, acabamos interpretando-os erradamente ou até ignorando-os.
• Então, quanto mais cedo a pessoa notar a falta de fluxo do diálogo, mais fácil e rapidamente ela poderá remediar a situação.
• Você poderá perceber que algo está errado tanto através de você mesmo, quanto através das outras pessoas.
• Para evitar tal erro, é necessário monitorar os sentimentos e ações de ambas as partes.

Lidando com os sinais e restabelecendo a segurança:

• Ao notar os sinais, a forma recomendada é estabelecer o mútuo propósito e respeito.
• Quando o propósito mútuo está balançado, os envolvidos podem acabar discutindo, o que gera acusações e atitudes defensivas
• Fazer as pessoas perceberem que o propósito de ambas ainda coincide ou que você se importa com o propósito delas fará as coisas voltarem aos eixos.
• Igualmente, quando as pessoas se sentem ofendidas e desrespeitadas, você deve remediar com uma afirmação que gere um contraste com a situação desconfortável.
• Elas devem saber que você se importa.
• Isso é o que ocorre com a maioria das pessoas que dão ou recebem conselhos e dicas:
• Por um lado, dão conselho parecendo sermão ou causando vergonha. Por outro, recebem como se fosse alguma crítica depreciativa.
• Entretanto, é importante perceber que o erro normalmente não está na mensagem, mas na intenção e forma.
• Como citado, a melhor forma de abordar certos temas é fazer a outra pessoa se sentir segura estabelecendo um mútuo respeito e propósito.
• Quando os dois requisitos são fornecidos, a pessoa será muito mais aberta para escutar o que você tem a dizer, bem mais propícia a absorver as informações e até concordar com elas.

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